domingo, 3 de julho de 2011

Vivendo a (na) convergência

Dentre os vários posts que escrevi, todos traziam em sua essência a interatividade e, arrematando o que já foi explicitado, trago a convergência das mídias. Para Mesquita (1999), a convergência das mídias é a interação e interconexão entre a imprensa, a rádio, a televisão, os telefones, os computadores e as tecnologias de rede. Ela prevê que toda a informação esteja disponível, a toda a gente, em todas as horas, em todos os lugares, em suporte digital (sob a forma de bits) onde será possível interagir com a própria informação, com o saber bem, como alcançar os centros de produção de conhecimento que lhe dão origem.



A integração, e porque não dizer interligação entre rádios, televisões, computadores, imagens e sons já consolidaram a cultura de consumir a informação, independentemente de sua forma e suporte, no mesmo instante em que ela é criada, tornado imediata a sua propagação.

A convergência em si pode ser descrita como:
“[...] o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam (JENKINS, 2008, p. 29).”

Toda essa ideia de convergência das mídias abarca fundamentos de cooperação, como um ciclo de diversas formas de levar a informação o mais distante possível, e a um público cada vez maior; deixando para trás o “mito” de que mídias desapareceriam - entrariam em desuso - para o surgimento de outras, ditas mais tecnológicas.

Frente ao que foi exposto, é sinalizada a coexistência das mídias:
Juntamente com essa ideia de convergência das mídias as pessoas começaram a pensar que uma nova mídia fosse substituir a mídia já existente. Isso não ocorreu em todos os casos pelo contrário, a maioria das mídias continua coexistindo, nada está sendo substituído tudo está sendo transformado, algumas mais utilizadas do que as outras, mas nada se extinguiu as comunicações continuam aí, ela nunca mudou o que muda são os meios por onde ela passa e os seus suportes. Assim, consequentemente os meios por onde acessamos as informações mudam, por que nós mudamos, a sociedade se transforma e adapta-se as novas tecnologias (JENKINS, 2008).
Dessa forma, está mais do que perceptível que arquivistas, bibliotecários e museólogos devam ter o domínio das novas maneiras de disponibilizar a informação, integrando os diversos suportes físicos à grande esfera digital, constituindo um processo único de disseminação e acesso da informação, portanto imprimindo agilidade e eficiência na sistematização de buscas e na recuperação da informação.

Blog: útil e popular; informar e ser informado, construir ideias, quebrar paradigmas; produzir, trocar e difundir conhecimento.

Fotografia: proporciona um resgate à memória, a retomada de acontecimentos e a apreciação da diversidade cultural.

Vídeo: ferramenta multifacetada e interativa; uma importante fonte de informação.

Repositório: sistema que permitem recuperar, compartilhar e visualizar informações; mantém e gerencia o material armazenado.
Internet: constrói conteúdo, produz conhecimento; inteligência coletiva.

Webjornalismo: canal de informação emergente; interatividade, customização de conteúdo/personalização, hipertextualidade, multiplicidade/convergência e memória.

Comunidade virtual: complemento da comunidade real; faz com que as relações sociais e efetivas sejam transformadas pela tecnologia.

Rede social: intencionalidade nos relacionamentos; objetivos comuns explicitados e compartilhados.

Web 2.0: coletividade, participação e colaboração.

Microblog: interação facilitada; estreita relações; possibilita uma comunicação instantânea.

Todos estes trechos acima foram elementos que permearam os posts anteriores e que se encaixam perfeitamente na ideia de convergência das mídias.


A convergência surgiu de nossas vivências e estruturada pela tecnologia desenvolvida. Jenkins (2008) coloca que a convergência não acontece somente nos aparelhos/suportes, mas sim na mente das pessoas e no próprio modo de interação social. A informação na mídia digital é interativa, coletiva, flexível, compartilhada, personalizada.

Abraços!


Referências:

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.

MESQUITA, João. A Convergência dos Media: do Mass ao Self Media. 1999. Disponível em: <
http://www.citi.pt/estudos_multi/joao_mesquita/index.html>. Acesso em: 04 jul. 2011.