domingo, 26 de junho de 2011

What’s happening?

Uma das mídias em franco crescimento na Internet é o microblog, e aqui o assunto será focado no Twitter, o principal microblog utilizado.


O Twitter é um micro-blogging, ou seja, um blog limitado, que permite a publicação de apenas 140 caracteres. É uma proposta de trocar informações e noticiar o que acontece em poucas palavras. Neste serviço, os usuários podem publicar notícias e compartilhar informações através de celulares e de outros equipamentos e não apenas por meio do computador. As possibilidades de comunicação no Twitter são significativas e de grande contribuição para o processo de disseminação de informações (RUFINO, 2009, p.11).


Com base no texto de CARDOZO (2009), o Twitter é uma criação [...] da Web 2.0 com bases sendo definidas como coletividade, participação e colaboração, substituindo individualidade, estagnação, limitação e unilateralidade, características da chamada Web 1.0. Com esta passagem da Web 1.0 para a Web 2.0, aparece um entendimento sobre a possibilidade de a Internet ser formadora de uma inteligência coletiva.


O título do post refere-se ao slogan do Twitter, que em português significa: “O que está acontecendo?” E realmente você fica sabendo tudo o que está acontecendo e com uma velocidade sem igual. No Twitter pode-se seguir alguém ou ser seguido, tendo informações objetivas e práticas sobre a vida de um conhecido e até de instituições como arquivos, bibliotecas e museus. Conforme Santos (2010) os bibliotecários e pesquisadores começaram a explorar os recursos da Web participativa e rapidamente perceberam a possibilidade de expandir o relacionamento com o usuário. Sim, o Twitter serve também para divulgar organizações, agindo como uma ferramenta a mais para o marketing institucional, abrangendo dessa forma um público maior, trazendo usuários aos ambientes de informação.


Segundo Rufino (2009) o Twitter é uma nova forma de comunicação, mais rápida e ágil, que permite acesso às informações e cobertura de notícias em tempo real. Além disso, proporciona ao leitor que ele mesmo publique suas informações, ao mesmo tempo em que ler outras.

Com o advento dos microblogs, há uma interação facilitada entre, por exemplo, o arquivo e o usuário e vice-versa, estreitando relações, possibilitando uma comunicação instantânea, em que as duas partes ora passam informações, ora absorvem informações.


Cardozo (2009) diz: “Mais do que apenas um tipo de blog ou microblog, o Twitter se consolida como uma ferramenta de comunicação móvel.” Assim coloco como exemplos de instituições da área da Ciência da Informação que utilizam o Twitter.
















Apesar de ser uma rede social, o Twitter é um lugar de autopublicação, onde pessoas colocam links, falam de seus projetos, divulgam notícias. Não há regra (CARDOZO, 2009, p. 34).




Referências:

CARDOZO, Missila Loures. Twitter: microblog e rede social. Caderno.com, São Caetano do Sul: USCS, v.4, n.2, p.26-40, jun/dez 2009. Disponível em: <http://www.uscs.edu.br/revistasacademicas/caderno/caderno_com_v04_n02.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2011.

RUFINO, Airtiane et al. Twitter: a transformação na comunicação e no acesso às informações. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE, 11., Teresina, 14 - 16 maio 2009. Anais... Teresina, INTERCON, 2009. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2009/resumos/R15-0542-1.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2011.

SANTOS, Cibele A. C. Marques dos et al. Biblioteca Universitária 2.0: experiência com blogs e twitter. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 16., 2010. Anais... Rio de Janeiro, UFRJ, 2010. Disponível: <http://www.sibi.ufrj.br/snbu/pdfs/posters//final_183.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2011.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Comunidades virtuais e redes sociais virtuais: construções da coletividade

Quem não tem um perfil em comunidades virtuais ou redes sociais virtuais? É raridade encontrar alguém que não participe desta “febre” da Internet, mas muito além de uma tendência, essas comunidades e redes virtuais se consolidam cada vez mais em nossa vida.


Antes de qualquer coisa, trago definições destas “teias” virtuais: Howard Rheingold (1996) define comunidades virtuais como “agregações sociais que emergem da Internet quando um número suficiente de pessoas se envolve em discussões públicas durante um tempo suficientemente grande, com suficiente sentido humano, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço (SÁNCHEZ ARCE & SAORÍN PÉREZ, 2001, p. 219)”.

Para Sánchez Arce & Saorín Pérez (2001), comunidades virtuais são aquelas constituídas por pessoas que, através da Internet, desejam satisfazer suas expectativas ou necessidades e colaborar com o coletivo.  Pessoas que partilham uma mesma cultura, espaço virtual sem fronteiras, conjunto de regras, informação e conhecimento e a ligação entre essas pessoas e administradores da comunidade virtual são elementos colocados pelos autores como formadores das comunidades virtuais. As comunidades virtuais se tornaram um complemento das comunidades reais, fazendo com que as relações sociais e efetivas sejam transformadas pela tecnologia. Essa transformação pode ser afirmada por Sánchez Arce & Saorín Pérez (2001), já que romper as barreiras espaço-tempo permitiu que se desenvolvessem numerosas comunidades virtuais. Mas para seu êxito e permanência na Internet, são determinantes dois elementos básicos: o tempo de interatividade e o componente afetivo entre os membros que as compõem.


Como afirma Lévy apud Costa (2005), as comunidades virtuais são uma nova forma de se fazer sociedade. Essa nova forma é rizomática, transitória, desprendida de tempo e espaço, baseada muito mais na cooperação e trocas objetivas do que na permanência de laços.

Exemplos de comunidades virtuais: chats, fóruns, lista de discussão, blogs, entre outros.

As redes sociais virtuais segundo Amaral (2004), são estruturas sociais compostas por pessoas ou organizações, com objetivos e valores em comum. As redes sociais são uma nova forma de as pessoas se expressarem, mostrando suas ideias, suas relações. Os elementos que as caracterizam são pontos de conexão (relação pessoa/instituição), e padrão de horizontalidade (relação de descentralização de poder, não há subordinação). O que diferencia as redes sociais das redes espontâneas e naturais é a intencionalidade nos relacionamentos, os objetivos comuns explicitados e compartilhados.

Exemplos de redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, MySpace, entre outros.


A partir dessas definições, já se tem a nítida visão de que as comunidades virtuais e as redes sociais são de suma importância para dar acesso à informação e a construção de conhecimento, tanto que vários profissionais utilizam desses meios para trocas de experiências.

Para Rheingold apud Costa (2005), já se percebia em 1996 que as comunidades virtuais não eram apenas lugares onde as pessoas se encontravam, mas também um meio para se atingir diversos fins. Ele antecipou que “as mentes coletivas populares e seu impacto no mundo material podem tornar-se uma das questões tecnológicas mais surpreendentes da próxima década”.

Consolidar uma idéia de mente coletiva, ou de inteligência coletiva, que poderia não apenas resolver problemas em conjunto, em grupo, coletivamente, mas igualmente trabalhar em função de um indivíduo, do seu benefício. As comunidades virtuais abrigam um grande número de profissionais, que lidam diretamente com o conhecimento, o que faz delas um instrumento prático potencial. Quando surge a necessidade de informação específica, de uma opinião especializada ou da localização de um recurso, as comunidades virtuais funcionam como uma autêntica enciclopédia viva. Elas podem auxiliar os respectivos membros a lidarem com a sobrecarga de informação (COSTA apud RHEINGOLD, 2005).

Conforme Lévy apud Costa (2005), uma comunidade virtual, quando convenientemente organizada, representa uma importante riqueza em termos de conhecimento distribuído, de capacidade de ação e de potência cooperativa.
 
Ou seja, a participação de profissionais em comunidades virtuais e redes sociais servem como um estímulo a formação de um conhecimento desenvolvido coletivamente. Em um espaço composto por uma teia de pessoas com o mesmo interesse, está contida várias informações e soluções diversas para uma mesma situação, havendo uma melhor eficiência na construção de conhecimento, difusão de informações e interação entre os profissionais.


Costa (2005) diz que a sinergia entre as pessoas via web, dependendo do projeto em que estejam envolvidas, pode ser multiplicada com enorme sucesso, sendo lançada assim a ideia de que a interconexão de computadores poderia dar nascimento a uma nova forma de atividade coletiva, centrada na difusão e troca de informações, conhecimentos e interesses.


Referências:

AMARAL, Vivianne. Redes organizacionais: conexão. 2004. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/24613262/Vivianne-Amaral-Redes-Organizacionais-Conexoes>. Acesso em: 20 jun. 2011.

COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-48, mar/ago 2005. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/icse/v9n17/v9n17a03.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2011.

SÁNCHEZ ARCE, Maria Vanessa; SAORÍN PÉREZ, Tomás. Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información. Anales de Documentación, n.4, 2001, p. 215-227. Disponível em: http://hdl.handle.net/10760/11967. Acesso em: 20 jun. 2011.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Museus virtuais

A fim de divulgarem seus acervos, dando maior visibilidade às suas coleções, os museus se destacam na Internet.


Com a rápida expansão da Internet na última década do século XX, multiplicaram-se sítios auto-intitulados “museus”, dentre os quais destacamos os museus de arte. Ostentando nomes como webmuseu, cibermuseu, museu digital ou museu virtual, tais sítios apresentam-se, com freqüência, como interfaces de instituições museológicas construídas no espaço físico, [...] que, graças à Internet, podemos “visitar” em um mesmo dia, escolhendo o melhor trajeto e o horário mais conveniente. Ao lado dessas interfaces, foram criados sítios que, embora sem equivalente no mundo físico, também se intitulam “museus” e apresentam “acervos” formados por reproduções digitais ou por obras-de-arte criadas originalmente em linguagem digital (LOUREIRO, 2004, p. 97).

Visitando alguns museus virtuais, destaco um museu, o Museu da Pessoa. Por seu nome peculiar, fiquei bastante curiosa para saber quais as propostas do museu. O Museu, fundado em 1991 propõe a construção de uma teia de histórias de vida, histórias de qualquer pessoa que queira compartilhar suas vivências, ampliando a participação dos indivíduos na construção de memória social. Isso é incrível! Um museu não “sobrevive” somente de peças raras, antigas ou tecnológicas, não deve expor a história de alguns povos, como se fossem mais importantes do que outros. Porque a cultura e a memória não são feitas por alguns, mas por todos. Essa frase sintetiza o Museu da Pessoa. Simples assim, se torna grandioso; sem firulas o Museu da Pessoa cumpre bem seu papel em construir, preservar e difundir a cultura e a memória de todos utilizando a Internet.

Diante da experiência em visitar museus virtuais, percebo a preocupação para que cada vez mais pessoas tenham acesso às coleções dos museus. Por outro lado há um questionamento quanto aos direitos autorais e a segurança das bases de dados dos museus no meio virtual. Sempre existem os prós e os contras quanto à divulgação de informações e propagação de conhecimento na Internet, mas o que não há de se contestar é que não existe nada parecido com a sensação de visitar um museu físico, de estar frente a frente com a história, a memória, a cultura que construímos vivendo ou seria vivendo construindo?!

Confira a seguir, um vídeo sobre o recente projeto do Google, o Art Project, que permite ao visitante virtual “andar pelas galerias” de importantes museus do mundo todo.



Referências:

ART PROJECT. Disponível em: <http://www.googleartproject.com/>. Acesso em 13 de jun. 2011.

LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em:

MUSEU DA PESSOA. Disponível em: <
http://www.museudapessoa.net/>. Acesso em: 13 de jun. 2011.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Jornais digitais nacionais e internacionais: mesma notícia, abordagens diferentes

Seguindo o que foi dito no post anterior – sobre webjornalismo – apresento a análise de uma mesma notícia veiculada em quatro jornais digitais nacionais e internacionais.

A notícia divulgada entre os dias 04 e 05 de junho de 2011, relata a erupção do vulcão chileno Puyehue e a retirada da população moradora de regiões próximas ao vulcão. Os brasileiros Zero Hora e O Globo, o norte-americano The New York Times e o espanhol El País são os jornais digitais em questão.

Nuvem de cinzas do vulcão Puyehue, no sul do Chile (05/06)

Raios vermelhos foram fotografados em meio à nuvem de cinzas do vulcão no domingo (05/06)

ZERO HORA

Vulcão entra em erupção no Chile e nuvem de cinzas fecha aeroporto de Bariloche
Governo evacuou 3,5 mil chilenos da região




O GLOBO

Vulcão entra em erupção no Chile; moradores são retirados






THE NEW YORK TIMES

 3,500 Evacuate as Volcano Erupts in Southern Chile






EL PAÍS

Un volcán chileno genera alarma en Argentina
Las autoridades evacuán a 3.500 habitantes de La zona de La erupción – Las cenizas del Puyehue obligan a los vecinos de Bariloche a permanecer em sus casas y usar mascarillas em el exterior

Fazendo um comparativo das informações contidas em cada jornal sobre a notícia, têm-se diferentes abordagens.

Os jornais Zero Hora, O Globo e The New York Times dão diferentes localizações do vulcão em relação à capital Santiago, já o jornal El País mostra uma localização vaga, porém incluiu em sua notícia um pequeno mapa dos países afetados. Todos os quatro jornais falam sobre a retirada da população, sendo removidas para alojamentos em zonas de segurança, mas somente o The New York Times e o El País relataram instruções para que a população permaneça em casa, estoque alimentos e água e que quando esteja ao ar livre use máscaras. Somente o El País menciona o histórico de outras erupções do Puyehue. O Globo relata a erupção de outro vulcão chileno de proporções parecidas em 2008. Todos os jornais citam pronunciamentos de autoridades ou órgãos competentes chilenos e argentinos, passando assim maior credibilidade às suas notícias. Os quatro jornais falam dos transtornos ocorridos de forma cronológica, ou seja, desde os abalos sísmicos que acarretaram a erupção até as nuvens de cinzas que cobrem as cidades.

Há pequenos destaques dentro da notícia principal, que, parecem ser descritos de acordo com o público do jornal eletrônico. O jornal Zero Hora destaca o fechamento do aeroporto de Bariloche e fala sobre o potencial turístico da cidade; reconhecidamente um destino dos gaúchos no inverno. O Globo prioriza situar seus leitores quanto a geografia chilena em comparação a outros países com atividade vulcânica. O The New York Times equilibra bem as informações dadas, destacando de igual maneira a localização e magnitude da erupção e os cuidados com a população afetada. O El País destaca as declarações das autoridades do Chile e da Argentina tranquilizando as pessoas, como uma forma de que os leitores vejam o problema de um jeito ameno, sem alarde.

A partir dessa análise podemos ver claramente a ligação desses comparativos de informações noticiadas com o atendimento de usuários de sistemas de informação. Cada arquivo, biblioteca ou museu precisa conhecer e direcionar suas atividades para seu “usuário-alvo”, assim como os jornais digitais buscam seu público-alvo.



Referências:

3,500 Evacuate as Volcano Erupts in Southern Chile. The New York Times, New York. Disponível em: <http://www.nytimes.com/aponline/2011/06/04/world/americas/AP-LT-Chile-Volcano.html?_r=1&scp=1&sq=chile%20puyehue&st=cse>. Acesso em: 06 de jun. 2011.

VULCÃO entra em erupção no Chile e nuvem de cinzas fecha aeroporto de Bariloche. Zero Hora, Porto Alegre. Disponível em: <http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a3337589.htm>. Acesso em: 06 jun. 2011.

VULCÃO entra em erupção no Chile; moradores são retirados. O Globo, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/06/04/vulcao-entra-em-erupcao-no-chile-moradores-sao-retirados-924616417.asp>. Acesso em: 06 de jun. 2011.

UN volcán chileno genera alarma en Argentina. El País, Madrid. Disponível em: <http://www.elpais.com/articulo/internacional/volcan/chileno/genera/alarma/Argentina/elpepuintlat/20110605elpepuint_1/Tes>. Acesso em: 06 de jun. 2011.