segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apontando uma boa informação

No mundo virtual, “giram” muitas informações, produz-se conhecimento a cada minuto em qualquer canto do planeta. Com essa grande dimensão de informações que todos temos ao alcance, há de se fazer certa seleção do que nos parece confiável na Internet. “A importância de se avaliar a informação disponível na Internet é bastante significativa para quem a utiliza para a pesquisa e é de extrema relevância para enfatizar a inconstância da qualidade das informações encontradas” (TOMAÉL et. al., 2001, p. 4).
Koehler apud Tomaél (2001, p. 4), pondera que a Internet não representa uma nova ordem de magnitude em qualidade de informação, embora o seja em quantidade. No entanto, representa um processo evolutivo com implicações sociais, políticas, econômicas e institucionais em questões como: produção, análise, distribuição e recuperação de informação.

Mas e quanto aos blogs, será que podem ser considerados fontes confiáveis de informação? Os blogs, segundo Jiménez Hidalgo e Salvador Bruna (2007), [...] oferecem a possibilidade de estabelecer uma comunicação de duplo sentido com seus usuários, já estando registrados ou simplesmente atuando como anônimos. Embora qualquer conteúdo publicado na Internet, por definição, exige um nível de interatividade maior que o necessário em outros meios, no caso dos blogs é sem dúvida superior [...].
Como quaisquer outros canais de comunicação apresentam alguns problemas inerentes a todo meio de intercâmbio de informação. Um deles, sem dúvida, é o que faz referência a veracidade e qualidade dos conteúdos que transmite. No caso dos blogs acadêmicos e científicos este aspecto adquire especial relevância, já que geralmente carecem de controles de conteúdo [...] (JIMÉNEZ HIDALGO E SALVADOR BRUNA, Op. cit., p.4).

O blog, assim como qualquer outro veículo de informação, precisa de critérios para ser avaliado; para que a informação contida nele possa ser pertinente e que desse modo produza conhecimento. Na perspectiva de Alvim (2007), são citados oito indicadores para haver considerações acerca da seriedade das informações oriundas de blogs. São eles:
- tema;
- conteúdo;
- acesso e facilidade de uso;
- desenho gráfico;
- público e objetivos;
- divulgação;
- custos;
- conservação e comunicação.


Um blog que se encontra dentro dos parâmetros acima citados, passando a seus leitores a confiabilidade de suas informações, pode ser considerado, conforme Alvim (2007), uma ferramenta que agiliza a comunicação informal da Ciência, e complementando, para Merlo Vega apud Alvim (2007 p.2), “[...] uma fonte de informação só é válida se transporta, em si mesma, informação útil e se a transmite de uma forma simples.” Ou seja, além de conter informações que possam produzir conhecimento, o blog deve ser de fácil acessibilidade e conciso no que queira transmitir aos leitores.

No que diz respeito à Ciência da Informação, Alvim (2007) coloca que blog serve para promover relações na comunidade profissional, baseando-se na partilha de informações, de fontes, de notícias, de novidades, na atualização de conhecimentos e na discussão e expressão de opinião, humanizando as estruturas de documentação e informação, aproximando desse modo o leitor à instituição, possuindo um componente social importante.
“No meio acadêmico [...] é necessária muita cautela na seleção da informação, porque delas poderão se originar dissertações, teses, pesquisas oriundas de outros interesses, entre outras. Dessa forma, se as fontes não forem confiáveis, o pesquisador além de perder tempo poderá invalidar a sua pesquisa” (SUGIMOTO et. al. 2008, p.2).

Verdadeiras ou não, as informações estão soltas na blogosfera. “A capacidade de selecionar informação com qualidade determina o êxito do indivíduo, no contexto da sociedade do conhecimento, e a qualidade da informação é determinada pela capacidade de satisfazer as necessidades de informação do indivíduo que a usa” (ALVIM, 2007, p.3).
Cabe a quem quer pesquisá-las, compreender se são úteis, se os blogs são um canal de informação aceitável e produtivo.
É isso aí, há de se ter critérios!


Referências:

ALVIM, Luisa. A Avaliação da Qualidade de Blogues. 2007. Disponível em: <badinfo.apbad.pt/congresso9/COM105.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2011.

JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia; SALVADOR BRUNA, Javier. “Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación”. En: El profesional de la información, 2007, marzo-abril, v. 16, n. 2, pp. 114-122.

SUGIMOTO, Adriana et. al. Avaliação de Objeto de Aprendizagem: Critérios de Seleção de Informação na Web. Porto Alegre: ECHOS (UFRGS), 2008. Disponível em: <http://200.169.53.89/download/CD%20congressos/2008/V%20ESUD/trabs/t38677.pdf> Acesso em: 10 abr. 2011.

TOMAÉL, Maria Inês et. al. Avaliação de Fontes de Informação na Internet: critérios de qualidade. Londrina, 2001. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/293>. Acesso em: 10 abr. 2011.

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