A fotografia, tão comum atualmente, e por vezes, consequentemente banalizada, é uma fonte de informação singular, diferente das fontes usuais do conhecimento. Para Dubois (1993), existe uma espécie de consenso de princípio que pretende que o verdadeiro documento fotográfico “presta contas do mundo com fidelidade”, não restando dúvidas de que a fotografia é uma representação do real.
A busca do homem de retratar o cotidiano, esta tendência à reprodução de imagens, surge remotamente com os desenhos rupestres, entretanto a primeira fotografia é datada do ano de 1826, com o francês Joseph Nicéphore Niépce produzindo-a em uma placa de estanho coberta com betume da Judéia, deixando em exposição solar por oito horas, assim fazendo surgir a imagem. Dando um salto no tempo, a fotografia não é mais produzida assim. O que levava horas, hoje são segundos, se antes parecia coisa de cientista, hoje qualquer um pode “dar um clic” e está feita a foto. A fotografia digital revolucionou o mundo fotográfico, minimizando custos, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão e imagens.
Primeira fotografia de Niépce |
A busca do homem de retratar o cotidiano, esta tendência à reprodução de imagens, surge remotamente com os desenhos rupestres, entretanto a primeira fotografia é datada do ano de 1826, com o francês Joseph Nicéphore Niépce produzindo-a em uma placa de estanho coberta com betume da Judéia, deixando em exposição solar por oito horas, assim fazendo surgir a imagem. Dando um salto no tempo, a fotografia não é mais produzida assim. O que levava horas, hoje são segundos, se antes parecia coisa de cientista, hoje qualquer um pode “dar um clic” e está feita a foto. A fotografia digital revolucionou o mundo fotográfico, minimizando custos, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão e imagens.
A partir das representações que uma informação fotográfica pode transmitir, a fotografia pode ser considerada uma fonte inesgotável de informação. Um documento textual delimita suas informações a partir do que é escrito, algo pragmático. Um documento fotográfico permeia suas informações a partir do que é visto, possui inúmeras possibilidades de compreensão, algo plural e subjetivo. Define Peter apud Brigidi (2009), que, ao contrário da palavra escrita ou falada, a fotografia é uma forma de comunicação sem barreiras linguísticas ou geográficas, fazendo com que seu significado seja ampliado. Por tais constatações acerca da fotografia, surge – especificamente na Ciência da Informação – a questão de como lidar com a fotografia documental enquanto memória e fonte de informação.
Segundo, Manini (2004), todo documento fotográfico requer tratamento específico, no que tange seu conteúdo temático, sua organização física, sua preservação e conservação. A fotografia, quanto a um instrumento de pesquisa, requer um tratamento adequado. É necessário o profissional da Ciência da Informação saber “interrogar” o documento fotográfico, para que a informação seja útil na construção histórica da memória e na produção de conhecimento. Kossoy (1993), diz que as fotografias são:
“[...] portadoras de significados não explícitos de omissões pensadas, calculadas, que aguardam pela competente decifração. Seu potencial informativo poderá ser alcançado na medida em que esses fragmentos forem contextualizados na trama histórica em seus múltiplos desdobramentos (sociais, políticos, econômicos, religiosos, artísticos, culturais) que circunscreveu no tempo e no espaço o ato da tomada do registro”.
Desse modo, o profissional da informação surge como mediador da informação e intérprete da imagem, observando as peculiaridades das fotografias custodiadas, sobretudo como documento e fonte de pesquisa, buscando compreender a diversidade de tal fonte de informação. Nessa perspectiva, o usuário de acervos fotográficos não se concentra apenas naquilo que a fotografia traz como conteúdo, mas na maneira como este conteúdo é expresso, como ele aparece enquanto registro imagético (MANINI, 2004, p.20).
No âmbito da Ciência da Informação, o tratamento adequado da informação fotográfica visa praticidade e agilidade em sua recuperação, culminando ao propósito de dar acesso ao usuário e a preservação do acervo.
Ao possibilitar o constante desejo de eternizar a condição humana, por certo transitória, a imagem fotográfica se aproxima de outras iconografias produzidas no passado. Como essas, a fotografia também desperta sentimentos [...]. Reúne e separa [...], informa e celebra, reedita e produz comportamentos e valores. Comunica e simboliza. Representa. (BORGES, 2005, p. 37).
A fotografia documental proporciona um resgate à memória, a retomada de acontecimentos e a apreciação da diversidade cultural.
Referências:
BORGES, Maria Eliza Linhares. História e Fotografia. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
BRIGIDI, Fabiana Hennies. Fotografia: uma fonte de informação. Porto Alegre: UFRGS, 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/18712>. Acesso em: 20 abr. 2011.
DUBOIS, Philippe. Da verossimilhança ao índice. In: O Ato Fotográfico e Outros Ensaios. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1993. P. 23-56.
KOSSOY, Boris. Decifrando a realidade interior das imagens do passado. Acervo: Revista do Arquivo Nacional. V.6, n.1/2, jan./dez., 1993.
MANINI, Miriam Paula. Análise documentária de fotografias: leitura de imagens incluindo sua dimensão expressiva. Cenário Arquivístico, v. 3, n. 1, p. 16-28, 2004. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10482/946>. Acesso em: 19 abr. 2011.
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