terça-feira, 21 de junho de 2011

Comunidades virtuais e redes sociais virtuais: construções da coletividade

Quem não tem um perfil em comunidades virtuais ou redes sociais virtuais? É raridade encontrar alguém que não participe desta “febre” da Internet, mas muito além de uma tendência, essas comunidades e redes virtuais se consolidam cada vez mais em nossa vida.


Antes de qualquer coisa, trago definições destas “teias” virtuais: Howard Rheingold (1996) define comunidades virtuais como “agregações sociais que emergem da Internet quando um número suficiente de pessoas se envolve em discussões públicas durante um tempo suficientemente grande, com suficiente sentido humano, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço (SÁNCHEZ ARCE & SAORÍN PÉREZ, 2001, p. 219)”.

Para Sánchez Arce & Saorín Pérez (2001), comunidades virtuais são aquelas constituídas por pessoas que, através da Internet, desejam satisfazer suas expectativas ou necessidades e colaborar com o coletivo.  Pessoas que partilham uma mesma cultura, espaço virtual sem fronteiras, conjunto de regras, informação e conhecimento e a ligação entre essas pessoas e administradores da comunidade virtual são elementos colocados pelos autores como formadores das comunidades virtuais. As comunidades virtuais se tornaram um complemento das comunidades reais, fazendo com que as relações sociais e efetivas sejam transformadas pela tecnologia. Essa transformação pode ser afirmada por Sánchez Arce & Saorín Pérez (2001), já que romper as barreiras espaço-tempo permitiu que se desenvolvessem numerosas comunidades virtuais. Mas para seu êxito e permanência na Internet, são determinantes dois elementos básicos: o tempo de interatividade e o componente afetivo entre os membros que as compõem.


Como afirma Lévy apud Costa (2005), as comunidades virtuais são uma nova forma de se fazer sociedade. Essa nova forma é rizomática, transitória, desprendida de tempo e espaço, baseada muito mais na cooperação e trocas objetivas do que na permanência de laços.

Exemplos de comunidades virtuais: chats, fóruns, lista de discussão, blogs, entre outros.

As redes sociais virtuais segundo Amaral (2004), são estruturas sociais compostas por pessoas ou organizações, com objetivos e valores em comum. As redes sociais são uma nova forma de as pessoas se expressarem, mostrando suas ideias, suas relações. Os elementos que as caracterizam são pontos de conexão (relação pessoa/instituição), e padrão de horizontalidade (relação de descentralização de poder, não há subordinação). O que diferencia as redes sociais das redes espontâneas e naturais é a intencionalidade nos relacionamentos, os objetivos comuns explicitados e compartilhados.

Exemplos de redes sociais: Orkut, Facebook, Twitter, MySpace, entre outros.


A partir dessas definições, já se tem a nítida visão de que as comunidades virtuais e as redes sociais são de suma importância para dar acesso à informação e a construção de conhecimento, tanto que vários profissionais utilizam desses meios para trocas de experiências.

Para Rheingold apud Costa (2005), já se percebia em 1996 que as comunidades virtuais não eram apenas lugares onde as pessoas se encontravam, mas também um meio para se atingir diversos fins. Ele antecipou que “as mentes coletivas populares e seu impacto no mundo material podem tornar-se uma das questões tecnológicas mais surpreendentes da próxima década”.

Consolidar uma idéia de mente coletiva, ou de inteligência coletiva, que poderia não apenas resolver problemas em conjunto, em grupo, coletivamente, mas igualmente trabalhar em função de um indivíduo, do seu benefício. As comunidades virtuais abrigam um grande número de profissionais, que lidam diretamente com o conhecimento, o que faz delas um instrumento prático potencial. Quando surge a necessidade de informação específica, de uma opinião especializada ou da localização de um recurso, as comunidades virtuais funcionam como uma autêntica enciclopédia viva. Elas podem auxiliar os respectivos membros a lidarem com a sobrecarga de informação (COSTA apud RHEINGOLD, 2005).

Conforme Lévy apud Costa (2005), uma comunidade virtual, quando convenientemente organizada, representa uma importante riqueza em termos de conhecimento distribuído, de capacidade de ação e de potência cooperativa.
 
Ou seja, a participação de profissionais em comunidades virtuais e redes sociais servem como um estímulo a formação de um conhecimento desenvolvido coletivamente. Em um espaço composto por uma teia de pessoas com o mesmo interesse, está contida várias informações e soluções diversas para uma mesma situação, havendo uma melhor eficiência na construção de conhecimento, difusão de informações e interação entre os profissionais.


Costa (2005) diz que a sinergia entre as pessoas via web, dependendo do projeto em que estejam envolvidas, pode ser multiplicada com enorme sucesso, sendo lançada assim a ideia de que a interconexão de computadores poderia dar nascimento a uma nova forma de atividade coletiva, centrada na difusão e troca de informações, conhecimentos e interesses.


Referências:

AMARAL, Vivianne. Redes organizacionais: conexão. 2004. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/24613262/Vivianne-Amaral-Redes-Organizacionais-Conexoes>. Acesso em: 20 jun. 2011.

COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-48, mar/ago 2005. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/icse/v9n17/v9n17a03.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2011.

SÁNCHEZ ARCE, Maria Vanessa; SAORÍN PÉREZ, Tomás. Las Comunidades Virtuales y los Portales como Escenarios de Gestión Documental y Difusión de Información. Anales de Documentación, n.4, 2001, p. 215-227. Disponível em: http://hdl.handle.net/10760/11967. Acesso em: 20 jun. 2011.

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